O homem contemporâneo: entre a falta de sentido e o excesso de possibilidades.
- psicologiars
- 24 de ago. de 2021
- 1 min de leitura
"somos livres para fazer o que queremos, mas não para querer o que queremos"
(Dark, 2017)

Produto do desenvolvimento tecnológico, de mudanças de paradigmas e da globalização, o aumento da liberdade para escolher como viver é uma característica singular da nossa geração. Depois das explicações mitológicas, filosóficas, religiosas e científicas; hoje precisamos conviver com a incerteza e nos adaptar a um universo misterioso, mutante e veloz; que nos possibilita uma ampla variedade de profissões, formas de relacionamento e bens de consumo. Neste contexto, como viver seguro das próprias escolhas?
Se, de fato, a vida tem valor (uma dúvida para muitas pessoas em depressão e suicidas), qual o seu propósito? Cabe a cada um de nós encontrar uma resposta para dar o próximo passo: buscar uma forma de viver coerente com ele. Quando não estamos seguros da resposta, por medo de errar, ficamos inclinados a adotar a filosofia da ovelha, que simplesmente segue o rebanho; ou a buscar um mestre que nos diga como devemos viver (médicos, padres, professores, autores de livros, etc.).
Contudo, estamos condenados a ser livres, disse Sartre. Dessa forma, mesmo usando mecanismos de defesa para negar a nossa condição e acreditar em alguma verdade absoluta que garanta estarmos vivendo da única forma que poderíamos estar vivendo, ainda somos responsáveis por essa escolha, ou seja, ainda somos o protagonista responsável da nossa vida. Infelizmente, essa mudança capaz de proporcionar uma vida mais autêntica e satisfatória somente ocorre, na maioria das pessoas, apenas diante de uma doença grave, a perda de um ente querido ou uma experiência de quase morte (assunto este ainda pouco explorado e compreendido pela ciência).
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